Para qualquer cadeirante, sair da casa onde mora, representa dificuldades. “Eu preciso de alguém para me carregar até o ponto de ônibus, depois de alguma ajuda para entrar no ônibus e de auxílio para sair”. Ela diz que é obrigada a fazer esse procedimento se quiser sair de casa porque a Viação que chamo (concessionária responsável pelo transporte coletivo municipal) mantém apenas um micro ônibus adaptado na cidade. Maria afirma que quando não consegue agendar um horário com esse transporte especial, a saída é embarcar em um ônibus sem adaptações.

Dificuldade semelhante de locomoção vive o aposentado Jorge Tavares da Silva. Ele também questiona o fato de haver pouco ônibus adaptado para atender os portadores de necessidades especiais. "Esse único ônibus não é capaz de atender a demanda. Tem vezes que você marca um compromisso e não consegue chegar em razão do transporte não estar à disposição.

Outro dia estava indo para um encontro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e perdi a reunião em razão do atraso de mais de duas horas do ônibus especial". Silva relata ainda que durante os finais de semana não é possível chamar pelo coletivo adaptado e o jeito é ficar em casa. "Moro em Palmeiras e no sábado e domingo não posso planejar nada para fazer no centro ou em algum bairro distante porque não tem ônibus especial".